quinta-feira, 23 de agosto de 2012

arkhi (chefe) + pelagos (mar)

Fizeram-nos parte da mesma família, mas fomos como que adotadas, depois de criadas. Fizeram-nos arquipélago, mas pouco temos de arquipelágicas. Ilhas que partilham algumas tradições e se veem obrigadas à pertença, mas peças algo isoladas. As ilhas dos Açores são assim. Pouco unidas, pouco interessadas nas vizinhas, pouco açorianas. Ao mesmo tempo, inventamos um conceito ainda mais estranho, o de “povo” açoriano.


Certo é que nos entrosamos pouco e justificamos esse distanciamento como riqueza de diversidade cultural, quando um elevado número de açorianos pouco conhece de outras ilhas e economicamente estamos muito longe de ser uma região, como pareceria lógico que o fossemos, a ideologia de um mercado interno não terá sequer passado nunca de mera ideologia, sem efetivas consequências.



Dividimos muito bem os pelouros e temos a Educação e Saúde que “vem da Terceira”, a Economia que “vem de S. Miguel”, outros exemplos de outros lados, demasiadas vezes desfasados da realidade do próprio arquipélago que pretendem gerir.

Elegemos em excesso 57 pares deste reino atlântico. E não há desculpas sobre proporcionalidade, a invenção nesta área voou que já não se vê. Paira uma nuvem de produtividade legislativa sobre a Horta.

Não haverá que criar, ou tentar criar, um mercado que funcione entre ilhas, colocar governantes a trabalhar para o serviço comum e, francamente, pedir a este Parlamento que olhe para si mesmo e faça um exame de consciência!? A criação foi nossa, os Açores, estão aí.

Açoriano Oriental, 23 de agosto de 2012

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