quinta-feira, 7 de junho de 2012

Economia Ferial

Escrevo-vos neste dia de Corpo de Deus, em quinta-feira feriado, festa instituída pelo Papa Urbano IV, e em Portugal por D. Dinis em 1282, quando parece consensualizado que este e outros tantos feriados vão ser extintos.

O tema dos feriados, pontes e afins foi levantado por uma questão económica. De facto, restam poucas dúvidas de que se as pessoas trabalharem mais a produção aumenta (até certo ponto), mas disto a cortar-se a direito vai uma grande distância. Algum bom senso porém, diga-se, encarnou nas almas que acabaram por legislar nesta matéria.

Sobre os feriados – os feriados deveriam ser primeiro pensados isolados da questão económica. Se há interesse em relembrar um momento da história ou cultura devem obviamente comemorar-se, no dia certo. Não creio que se tenha feito a reflexão séria sobre o que, e quando, comemoramos.

Sobre as pontes – se as pessoas faltam num determinado dia de ponte, os mecanismos legais devem ser postos em prática para justificar ou punir essa ausência, o que raramente foi feito.

Sobre as tolerâncias de ponto – resumem-se a um ofertório direto privilegiado do erário público aos trabalhadores do Estado e têm, portanto, um caráter discriminatório.

Com menos feriados – e, já agora, menos dias de férias –, Portugal passa de ligeiramente acima da média para o fundo da tabela de dias de descanso na Europa.

Aguardemos, então, por 2013, porque não em jubilosa esperança, pelo grande aumento do nosso PIB, com o fim dos feriados, mas… aguardemos sentados.

Açoriano Oriental, 7 de junho de 2012

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