quinta-feira, 3 de maio de 2012

Alto! E para o baile

Entramos num ramerrame. Como ninguém se consegue mover sem pisar um dedo ao Estado – “Ai, desculpe!”, e como vêm aí eleições, melhor, melhor é ficar no canto da sala de baile para se ver mais à frente se se vem dançar à esquerda ou à direita. Nada de mal há aparentemente nisso, cada um é livre de optar por aguardar, para optar “pelo melhor”. Quem vier no fim que apague a luz.

Problema do ramerrame? Corrermos o sério risco de não se tomarem as opções que se deviam tomar na altura certa e, nesta fase socioeconómica tão crítica, bloquearmos as medidas impopulares para, quiçá, se promoverem mais uns votos. Não nos podemos deixar enganar com mezinhas. Há uma consciência individual e uma perceção que o bom senso não pode apagar.

Assistimos ao desenrolar dos bailinhos políticos, com contornos de ridículo, em discussões inacabadas da teoria da relatividade de tudo… e mudamos de canal. No entretanto, eles andam aí… os problemas, claro. Uma franja cada vez maior da população, cada vez menos anónima, passou à condição de “desempregado” e, nas empresas, palavras como “despedimento” ou “insolvência” já estão em uso corrente.

As pessoas e as empresas não podem esperar mais. Os bailinhos e o ramerrame não lhes interessam. Se isto já parece um filme do far west americano em versão far west europeu, talvez para que no “The End” tudo acabe em bem, então que entre por aí um cowboy e diga “Alto! E para o baile”.

Açoriano Oriental, 3 de maio de 2012

Sem comentários:

Enviar um comentário