Constatamos que se mistura deliberadamente o legal com o moral, com o que se justifica o imoral que não é ilegal. Rings a bell? E verificamos que se impõem estatutos elevados a quem consegue, por via direta ou indireta, um título de “doutor” – milagreiro na aldeola dos enfatuados. Vivemos da ilusão que criamos da realidade. A aristocracia, transmutada, mantém-se, porque o propósito era criar, pelo menos, uma espécie de meritocracia, que afinal fica em parte pela teoria.
Assistimos a uma enorme falha na Saúde – pois seja o sistema privado ou público, a questão é que não acedemos todos ao mesmo. Na Educação, estamos a deixar sem opção os que não suportam financeiramente os estudos, e a geração mais bem instruída de sempre está desempregada. Tratamos de forma desigual trabalhadores do privado e do público, para o bem e para o mal. E gabava-se Portugal de ter uma constituição das mais completas do mundo… facto de esotéricas consequências.
Os visionários e os esperançosos amocham ante o sistema, que à espera de reformas já deve estar reformado, com pensão de pouca monta, pois não era aristocrata.
O gap entre os que têm e podem é aumentado dia a dia face aos outros, e isto não é uma questão de ideologias, é a realidade dos factos.
Bem-vindos ao século XXI, Portugal recomenda-se!
Açoriano Oriental, 12 de julho de 2012
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