Se para os Gregos antigos, Zeus era o pai dos deuses, papel que Júpiter assumiu para os Romanos que lhes seguiram, no mundo atual parece que a monarquia é agora feminina e a rainha “endeusada” é a Economia.
Posto que os recursos são escassos, o que pode equivaler a dizer que o dinheiro é pouco e deve por isso (ou deveria por isso…) ser bem gerido, parece que todos olham agora para a Economia como a deusa salvadora - a rainha, ora odiada, ora amada.
Onde estava essa Economia que deveria ajudar a alocar os recursos escassos face às necessidades ilimitadas e auxiliar a medição da utilidade de se tomarem opções? O erro, de principiante, foi achar-se que a Economia era cura apenas para os males que haviam de vir, chamada a intervir quando algo está mal, marginalizada quando tudo parece correr bem.
A economia não é um ser (ciência) que vive à parte e não é também só dos economistas, como a filosofia não é dos filósofos, ou o português dos professores de português.
É certo que o economista tem outra preparação de base, outra responsabilidade, outro saber, mas voltando à génese daquilo que a economia é, cabe a cada um alocar os recursos que tem face às suas necessidades. Cada um de nós tem de perceber o que faz com os seus recursos e o que outros fazem com o que é nosso.
Se a Economia, como parece, é palavra de ordem, talvez não seja mesmo má ideia que se assuma como rainha dos deuses, do mal, decerto, o menos, e sendo preciso “Long Live the Economia”.
Açoriano Oriental, 19 de abril de 2012
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